terça-feira, 1 de agosto de 2017

ENEM_Linguagens_Códigos_2016_3ªAp

ENEM 2016 - 3ª APLICAÇÃO
ENEM 2016 - LINGUAGENS E CÓDIGOS - 3ª APLICAÇÃO

01
(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

É uma partida de futebol

  A bandeira no estádio é um estandarte

  A flâmula pendurada na parede do quarto

  O distintivo na camisa do uniforme

  Que coisa linda é uma partida de futebol

  

  Posso morrer pelo meu time

  Se ele perder, que dor, imenso crime

  Posso chorar se ele não ganhar

  Mas se ele ganha, não adianta

  Não há garganta que não pare de berrar

REIS, N.; ROSA, S. Samba poconé. São Paulo: Sony, 1996 (fragmento).

No Brasil, além de um esporte de competição, o futebol é um meio de interação social que desperta paixão nas pessoas. No trecho da letra da canção, esse esporte é apresentado como um(a)


02
(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  Há muito se sabe que a Bacia Bauru — depósito de rochas formadas por sedimentos localizado entre os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul — foi habitada, há milhões de anos, por uma abundante fauna de crocodiliformes, um grupo de répteis em que estão inclusos os crocodilos, jacarés e seus parentes pré.históricos extintos. Entre as famílias que por lá viveram está a Baurusuchidae, que, na região, englobava outras seis espécies de crocodiliformes exclusivamente terrestres e com grande capacidade de deslocamento, crânio alto e comprimido lateralmente e com longos dentes serrilhados. Agora, em um artigo publicado na versão on-line da revista Cretaceous Research, um grupo de pesquisadores das universidades federais do Rio de Janeiro e do Triângulo Mineiro, em Minas Gerais, identificaram mais um membro dessa antiga família.

Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 2 nov. 2013.

A circulação do conhecimento científico ocorre de diferentes maneiras. Por meio da leitura do trecho, identifica-se que o texto é um artigo de divulgação científica, pois, entre outras características,


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  A técnica de jogos teatrais propõe uma aprendizagem não verbal, em que o aluno reúne os seus próprios dados, a partir de uma experimentação direta. Por meio do processo de solução de problemas, ele conquista o conhecimento da matéria.

KOUDELA, I. D. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1984 (adaptado).

Sob orientação do professor, os jogos teatrais são realizados na escola de forma que o estudante


04
(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  Estas palavras ecoavam docemente pelos atentos ouvidos de Guaraciaba, e lhe ressoavam n,alma como um hino celestial. Ela sentia.se ao mesmo tempo enternecida e ufana por ouvir aquele altivo e indômito guerreiro pronunciar a seus pés palavras do mais submisso e mavioso amor, e respondeu-lhe cheia de emoção: — Itajiba, tuas falas são mais doces para minha alma que os favos da jataí, ou o suco delicioso do abacaxi. Elas fazem-me palpitar o coração como a flor que estremece ao bafejo perfumado das brisas da manhã. Tu me amas, bem o sei, e o amor que te consagro também não é para ti nenhum segredo, embora meus lábios não o tenham revelado. A flor, mesmo nas trevas, se trai pelo seu perfume; a fonte do deserto, escondida entre os rochedos, se revela por seu murmúrio ao caminhante sequioso. Desde os primeiros momentos tu viste meu coração abrir.se para ti, como a flor do manacá aos primeiros raios do sol.

GUIMARÃES, B. O ermitão de Muquém. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br. Acesso em: 7 out. 2015.

O texto de Bernardo Guimarães é representativo da estética romântica. Entre as marcas textuais que evidenciam a filiação a esse movimento literário está em destaque a


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

MAITENA. Disponível em: www.maitena.com.ar. Acesso em: 17 set. 2015.

Essa história em quadrinhos aborda a padronização da imagem corporal na contemporaneidade. O fator que pode ser identificado como influenciador do comportamento obsessivo retratado nos quadrinhos é o


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  É viajando pelo mundo que os dois profissionais do Living Tongues Institute for Endangered Languages reúnem subsídios para formar os chamados "dicionários falantes" de idiomas em fase de extinção, com poucos falantes no planeta. "A maioria das línguas do mundo é oral, o que significa que não estão escritas ou seus falantes não costumam escrevê-las. E, apesar de os projetos tradicionais dos linguistas serem os de escrever gramáticas e dicionários, gostamos de pensar em línguas vivas, e saber que as pessoas as estão falando. Então, se você vai a um dicionário, deve ser capaz de ouvi-lo. Foi com isso em mente que criamos os dicionários para oito de algumas das línguas mais ameaçadas do mundo", disse o linguista K. David Harrison. Para os ativistas de cada comunidade com idioma ameaçado, esse dicionário é uma ferramenta que pode ser usada para disseminar o conhecimento da língua entre os mais jovens. Para todas as outras pessoas interessadas, é a oportunidade de encontrar sons e formas de discursos humanos desconhecidos para grande parte da população do globo. É a diversidade linguística escondida e que agora pode ser revelada.

Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br. Acesso em: 28 jul. 2012 (adaptado).

Considerando o projeto dos "dicionários falantes", compreende-se que o trabalho dos linguistas apresentado no texto objetiva


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Brasil: o país dos 100 milhões de raios

  Dos 3,15 bilhões de raios que golpeiam a Terra e seus habitantes durante um ano, 100 milhões deles vêm desabar em terras brasileiras. O número, divulgado no ano passado por uma equipe de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em São José dos Campos, São Paulo, não é superado por nenhum outro país. E ficou bem acima das estimativas que davam conta de 30 milhões ao ano. Agora, sabemos com segurança: em quantidade de relâmpagos, ninguém segura este país.

Diversos expedientes argumentativos são empregados nos textos para sustentar as ideias apresentadas. Nesse texto, a citação de um instituto especializado é uma estratégia para


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Maria Diamba

  Para não apanhar mais

  falou que sabia fazer bolos:

  virou cozinha.

  Foi outras coisas para que tinha jeito.

  Não falou mais:

  Viram que sabia fazer tudo,

  até molecas para a Casa.Grande.

  Depois falou só,

  só diante da ventania

  que ainda vem do Sudão;

  falou que queria fugir

  dos senhores e das judiarias deste mundo

  para o sumidouro.

LIMA, J. Poemas negros. Rio de Janeiro: Record, 2007.

O poema de Jorge de Lima sintetiza o percurso de vida de Maria Diamba e sua reação ao sistema opressivo da escravidão. A resistência dessa figura feminina é assinalada no texto pela relação que se faz entre


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  Se o dançarino já preparou toda a sensação antes, ele não está no vazio... já está acabado. Nesse momento (vazio) é o seu corpo que está dizendo algo, não é você. Quando o ator está nesse momento de desistir, é nesse momento que ele deve continuar; é nesse momento que chega algo para quem está assistindo. Não importa tanto a coreografia e todo esse trabalho. O mais importante é isso, o vazio, e como você continua com isso...

COLLA, A. C. Caminhante, não há caminhos, só rastros. São Paulo: Perspectiva, 2013.

O texto considera que um corpo vazio (de som, sentimento e pensamento) pode fazer qualquer coisa.

Nessa concepção, a atuação do dançarino alcança o ápice de


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

TEXTO I

Frota, que chega a quase 1,4 milhão, deve dobrar em 13 anos

  A cada dia, uma média de 280 novos veículos chega às ruas do Espírito Santo, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES). No final do mês passado, a frota já era de 1 395 342 unidades, 105 mil a mais do que no mesmo mês de 2011. Os números incluem automóveis, motocicletas, caminhões e ônibus, entre outros tipos. De dezembro para cá, o crescimento foi de mais de 33 mil veículos. E, se esse ritmo continuar, a frota do Espírito Santo vai dobrar até 2025. O diretor.geral do Detran-ES relaciona o crescimento desses números à facilidade encontrada para se comprar um veículo. "Há toda uma questão econômica, da facilidade de crédito. Como oferecemos um transporte coletivo que ainda precisa ser melhorado, inevitavelmente o cidadão que pode adquire seu próprio veículo".

Disponível em: http://gazetaonline.globo.com. Acesso em: 10 ago. 2012 (adaptado).

TEXTO II

LIMA, A. Disponível em: http://amarildocharge.wordpress.com. Acesso em: 10 ago. 2012 (adaptado).

Os textos I e II tratam do mesmo tema, embora sejam de gêneros diferentes. Estabelecendo-se as relações entre os dois textos, entende-se que o Texto II tem a função de


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Árvore é cortada para dar lugar à propaganda sobre preservação ambiental

  "Uma criança abraça uma árvore com o sorriso no rosto. No fundo verde, uma mensagem exalta a importância da preservação da natureza e lembra o Dia da Árvore". O que seria um roteiro padrão para uma peça publicitária virou motivo de revolta e indignação em uma cidade do interior de São Paulo. Isso porque uma empresa de outdoor derrubou uma árvore centenária em um terreno para a instalação de suas placas.

  A empresa teria informado que tinha autorização da prefeitura e da polícia ambiental para cortar a árvore. Sobre a propaganda, a empresa disse que foi "uma infeliz coincidência", já que não sabia o que iria ser anunciado.

  Em nota, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo paulista, informou que não há nenhuma autorização em nome da empresa para o corte da árvore.

  A multa, segundo a polícia ambiental, varia entre R$ 100 e R$ 1 000 por árvore ou planta cortada.

Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 21 set. 2015 (adaptado).

O texto apresenta uma crítica ao uso social de um outdoor. Essa crítica está associada ao fato de


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  As lutas podem ser classificadas de diferentes formas, de acordo com a relação espacial entre os oponentes. As lutas de contato direto são caracterizadas pela manutenção do contato direto entre os adversários, os quais procuram empurrar, desequilibrar, projetar ou imobilizar o oponente. Já as lutas que mantêm o adversário a distância são caracterizadas pela manutenção de uma distância segura em relação ao adversário, para não ser atingido pelo oponente, procurando o contato apenas no momento da aplicação de uma técnica (golpe).

Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares de educação física para os anos finais do ensino fundamental e para o ensino médio. Curitiba: SEED, 2008 (adaptado).

Com base na classificação presente no texto, são exemplos de luta de contato direto e de luta que mantém o adversário a distância, respectivamente,


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Quinze de Novembro

  Deodoro todo nos trinques

  Bate na porta de Dão Pedro Segundo.

  — Seu imperadô, dê o fora

  que nós queremos tomar conta desta bugiganga.

  Mande vir os músicos.

  O imperador bocejando responde:

  — Pois não meus filhos não se vexem

  me deixem calçar as chinelas

  podem entrar à vontade:

  só peço que não me bulam nas obras completas de [Victor Hugo].

MENDES, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

A poesia de Murilo Mendes dialoga com o ideário poético dos primeiros modernistas. No poema, essa atitude manifesta-se na


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

O adolescente

  A vida é tão bela que chega a dar medo.

  Não o medo que paralisa e gela,

  estátua súbita,

  mas

  esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz

  o jovem felino seguir para frente farejando o vento

  ao sair, a primeira vez, da gruta.

  Medo que ofusca: luz!

  Cumplicentemente,

  as folhas contam.te um segredo

  velho como o mundo:

  Adolescente, olha! A vida é nova...

  A vida é nova e anda nua

  — vestida apenas com o teu desejo!

QUINTANA, M. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 1998.

Ao abordar uma etapa do desenvolvimento humano, o poema mobiliza diferentes estratégias de composição.

O principal recurso expressivo empregado para a construção de uma imagem da adolescência é a


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Pedra sobre pedra

   Algumas fazendas gaúchas ainda preservam as taipas, muros de pedra para cercar o gado. Um tipo de cerca primitiva. Não há nada que prenda uma pedra na outra, cuidadosamente empilhadas com altura de até um metro. Engenharia simples que já dura 300 anos. A mesma técnica usada no mangueirão, uma espécie de curral onde os animais ficavam confinados à noite. As taipas são atribuídas aos jesuítas. O objetivo era domar o gado xucro solto nos campos pelos colonizadores espanhóis.

FERRI, M. Revista Terra da Gente, n. 96, abr. 2012.

Um texto pode combinar diferentes funções de linguagem. Exemplo disso é Pedra sobre pedra, que se vale da função referencial e da metalinguística. A metalinguagem é estabelecida


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Revolução digital cria a era do leitor-sujeito

  Foi-se uma vez um leitor. Com a revolução digital, quem lê passa a ter voz no processo de leitura. "Até outro dia, as críticas literárias eram exclusividade de um grupo fechado, assim como em tantas outras áreas. Agora, temos grupos que conversam, trocam, se manifestam em tempo real, recomendam ou desaprovam, trocam ideias com os autores, participam ativamente da construção de obras literárias coletivas. Isso é um jeito novo de pensar a escrita, de construir memória e o próprio conhecimento", analisa uma professora de comunicação da PUC-MG.

  A secretária Fabiana Araújo, 32, é uma "leitora-sujeito", como Daniela chama esses novos atores do universo da leitura. Leitora assídua desde o final da adolescência, quando foi seduzida pela série Harry Potter, só neste ano já leu mais de 30 títulos. Suas leituras não costumam terminar quando fecha um livro.

  Fabiana escreve resenhas de títulos como Estilhaça-me, romance fantástico na linha de Crepúsculo, publicadas em um blog com o qual foi convidada a colaborar. "Escrever sobre um livro é uma forma de relê-lo. E conversar, pessoal ou virtualmente, com outros leitores também", defende.

FANTINI, D. Jornal Pampulha, n. 1 138, maio 2012 (adaptado).

As sequências textuais "Até outro dia" e "agora" auxiliam a progressão temática do texto, pois delimitam


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

O mistério do brega

  Famoso no seu tempo, o marechal Schönberg (1615.90) ditava a moda em Lisboa, onde seu nome foi aportuguesado para Chumbergas. Consta que ele foi responsável pela popularização dos vastos bigodes tufados na Metrópole. Entre os adeptos estaria o governador da província de Pernambuco, o português Jerônimo de Mendonça Furtado, que, por isso, aqui ganhou o apelido de Chumbregas — variante do aportuguesado Chumbergas. Talvez por ser um homem não muito benquisto na Colônia, o apelido deu origem ao adjetivo xumbrega: "coisa ruim", "ordinária". E talvez por ser um homem também da folia, surgiu o verbo xumbregar, que inicialmente teve o sentido de "embriagar-se" e depois veio a adquirir o de "bolinar", "garanhar". Dedução lógica: de coisa ruim a bebedeira e atos libidinosos, as palavras xumbrega ou xumbregar chegaram aos anos 60 do século XX na forma reduzida brega, designando locais onde se bebe, se bolina e se ouvem cantores cafonas. E o que inicialmente era substantivo, "música de brega", acabou virando adjetivo, "música brega" — numa já distante referência a um certo marechal alemão chamado Schönberg.

ARAÚJO, P. C. Revista USP, n. 87, nov. 2010 (adaptado).

O texto trata das mudanças linguísticas que resultaram na palavra "brega". Ao apresentar as situações cotidianas que favoreceram as reinterpretações do seu sentido original, o autor mostra a importância da


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

DAVID, J. L.. Napoleão cruzando os Alpes. Óleo sobre tela. 271 cm x 232 cm. Museu de Versalhes, Paris, 1801.

A pintura Napoleão cruzando os Alpes, do artista francês Jacques Louis.David, produzida em 1801, contempla as características de um estilo que


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Como se vai de São Paulo a Curitiba (1928)

  Os tempos mudaram.

  O mundo contemporâneo pulsa em ritmos acelerados.

  Novos fatores revelam conveniência de outros métodos.

  Surgem, no decurso dos nossos dias, motivos que nos convencem de que cada município deve levar a sério o problema da circulação rodoviária.

  Para facilitar a ação administrativa.

  Para uma revisão das suas possibilidades econômicas.

  Ritmo de ruralização.

  Costurar o país com estradas alegres, desligadas de horários. Livres e cheias de sol como um verso moderno!

BOPP, R. Poesia completa de Raul Bopp. Rio de Janeiro: José Olympio; São Paulo: Edusp, 1998 (fragmento).

Nos anos de 1920, a necessidade de modernizar o Brasil refletiu.se na proposta de renovação estética defendida por artistas modernistas como Raul Bopp. No poema, o posicionamento favorável às transformações da sociedade brasileira aparece diretamente relacionado à experimentação na poesia. A relação direta entre modernização e procedimento estético no poema deve-se à correspondência entre


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

SUGAI, C. Disponível em: www.acessibilidadenapratica.com.br. Acesso em: 29 jun. 2015.

O texto sugere que a mobilidade é uma questão crucial para a vida nas cidades. Nele, destaca-se a necessidade de


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

A carreira nas alturas

  A água está no joelho dos profissionais do mercado. As fragilidades na formação em Língua Portuguesa têm alimentado um campo de reciclagem em Português nas escolas de idiomas e nos cursos de graduação para pessoas oriundas do mundo dos negócios. O que antes era restrito a profissionais de educação e comunicação, agora já faz parte da rotina de profissionais de várias áreas. Para eles, a Língua Portuguesa começa a ser assimilada como uma ferramenta para o desempenho estável. Sem ela, o conhecimento técnico fica restrito à própria pessoa, que não sabe comunicá-lo.

  Embora algumas atuações exijam uma produção oral ou escrita mais frequente, como docência e advocacia, muitos profissionais precisam escrever relatório, carta, comunicado, circular. Na linguagem oral, todos têm de expressar-se de forma convincente nas reuniões, para ganhar respeito e credibilidade. Isso vale para todos os cargos da hierarquia profissional — explica uma professora de Língua Portuguesa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

NATALI, A. Revista Língua, n. 63, jan. 2011 (adaptado).

Nos usos cotidianos da língua, algumas expressões podem assumir diferentes sentidos. No texto, a expressão "a água está no joelho" remete à


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Ainda os equívocos no combate aos estrangeirismos

   Por que não se reconhece a existência de norma nas variedades populares? Para desqualificá-las? Por que só uma norma é reconhecida como norma e, não por acaso, a da elite?

  Por tantos equívocos, só nos resta lamentar que algumas pessoas, imbuídas da crença de que estão defendendo a língua, a identidade e a pátria, na verdade estejam reforçando velhos preconceitos e imposições. O português do Brasil há muito distanciou.se do português de Portugal e das prescrições dos gramáticos, cujo serviço às classes dominantes é definir a língua do poder em face de ameaças — internas e externas.

ZILLES, A. M. S. In: FARACO, C. A. (Org.). Estrangeirismos: guerras em torno da língua. São Paulo: Parábola, 2004 (adaptado)

O texto aborda a linguagem como um campo de disputas e poder. As interrogações da autora são estratégias que conduzem ao convencimento do leitor de que


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  Chegou de Montes Claros uma irmã da nora de tia Clarinha e foi visitar tia Agostinha no Jogo da Bola. Ela é bonita, simpática e veste.se muito bem. [...] Ficaram todas as tias admiradas da beleza da moça e de seus modos políticos de conversar. Falava explicado e tudo muito correto. Dizia "você" em vez de "ocê". Palavra que eu nunca tinha visto ninguém falar tão bem; tudo como se escreve sem engolir um s nem um r. Tia Agostinha mandou vir uma bandeja de uvas e lhe perguntou se ela gostava de uvas. Ela respondeu: "Aprecio sobremaneira um cacho de uvas, Dona Agostinha." Estas palavras nos fizeram ficar de queixo caído. Depois ela foi passear com outras e Iaiá aproveitou para lhe fazer elogios e comparar conosco. Ela dizia: "Vocês não tiveram inveja de ver uma moça [...] falar tão bonito como ela? Vocês devem aproveitar a companhia dela para aprenderem". [...] Na hora do jantar eu e as primas começamos a dizer, para enfezar Iaiá: "Aprecio sobremaneira as batatas fritas", "Aprecio sobremaneira uma coxa de galinha".

MORLEY, H. Minha vida de menina: cadernos de uma menina provinciana nos fins do século XIX. Rio de Janeiro: José Olympio, 1997.

Nesse texto, no que diz respeito ao vocabulário empregado pela moça de Montes Claros, a narradora expõe uma visão indicativa de


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  Baião é um ritmo popular da Região Nordeste do Brasil, derivado de um tipo de lundu, denominado "baiano", cujo nome é corruptela. Nasceu sob a influência do cantochão, canto litúrgico da Igreja Católica praticado pelos missionários, e tornou-se expressiva forma modificada pela inconsciente influência de manifestações locais. Um dos grandes sucessos veio com a música homônima, Baião (1946), de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

CASCUDO, C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998 (adaptado).

Os elementos regionais que influenciaram culturalmente o baião aparecem em outras formas artísticas e podem ser verificados na obra


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  o::... o Brasil... no meu ponto de vista... entendeu? o país só cresce através da educação... entendeu? Eu penso assim... então quer dizer... você dando uma prioridade pra... pra educação... a tendência é melhorar mais... entendeu? e as pessoas... como eu posso explicar assim? as pessoas irem... tomando conhecimento mais das coisas... né? porque eu acho que a pior coisa que tem é a pessoa alienada... né? a pessoa que não tem noção de na::da... entendeu?

Trecho da fala de J. L., sexo masculino, 26 anos. In: VOTRE, S.; OLIVEIRA, M. R. (Coord.). A língua falada e escrita na cidade do Rio de Janeiro. Disponível em: www.discursoegramatica.letras.ufrj.br. Acesso em: 4 dez. 2012.

A língua falada caracteriza-se por hesitações, pausas e outras peculiaridades. As ocorrências de "entendeu" e "né", na fala de J. L., indicam que


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  Apuram o passo, por entre campinas ricas, onde pastam ou ruminam outros mil e mais bois. Mas os vaqueiros não esmorecem nos eias e cantigas, porque a boiada ainda tem passagens inquietantes: alarga-se e recomprime-se, sem motivo, e mesmo dentro da multidão movediça há giros estranhos, que não os deslocamentos normais do gado em marcha — quando sempre alguns disputam a colocação na vanguarda, outros procuram o centro, e muitos se deixam levar, empurrados, sobrenadando quase, com os mais fracos rolando para os lados e os mais pesados tardando para trás, no coice da procissão.

  — Eh, boi lá!... Eh.ê.ê.eh, boi!... Tou! Tou! Tou... As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das vacas e touros, batendo com as caudas, mugindo no meio, na massa embolada, com atritos de couros, estralos e guampas, estrondos e baques, e o berro queixoso do gado junqueira, de chifres imensos, com muita tristeza, saudade dos campos, querência dos pastos de lá do sertão...

  “Um boi preto, um boi pintado, cada um tem sua cor.

  Cada coração um jeito de mostrar seu amor".

  Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando...

  Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito...

  Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando...

ROSA, J. G. O burrinho pedrês. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1968.

Próximo do homem e do sertão mineiros, Guimarães Rosa criou um estilo que ressignifica esses elementos.

O fragmento expressa a peculiaridade desse estilo narrativo, pois


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Parestesia não, formigamento

Trinta e três regras que mudam a redação de bulas no Brasil

  Com o Projeto Bulas, de 2004, voltado para a tradução do jargão farmacêutico para a língua portuguesa — aquela falada em todo o Brasil — e a regulamentação do uso de medicamentos no país, cinco anos depois, o Brasil começou a sair das trevas.

  O grupo comandado por uma doutora em Linguística da UFRJ sugeriu à Anvisa mudar tudo. Elaborou, também, “A redação de bulas para o paciente: um guia com os princípios de redação clara, concisa e acessível para o leitor de bulas", disponível em versão adaptada no site da Anvisa. Diferentemente do que acontece com outros gêneros, na bula não há espaço para inovações de estilo.

  "O uso de fórmulas repetitivas é bem.vindo, dá força institucional ao texto", explica a doutora. "A bula não pode abrir possibilidades de interpretações ao seu leitor".

  Se obedecidas, as 33 regras do guia são de serventia genérica — quem lida com qualquer tipo de escrita pode se beneficiar de seus ensinamentos. A regra 12, por exemplo, manda abolir a linguagem técnica, fonte de possível constrangimento para quem não a compreende, e recomenda: "Não irrite o leitor." A regra 14 prega um tom cordial, educado e, sobretudo, conciso: "Não faça o leitor perder tempo".

Disponível em: revistapiaui.estadao.com.br. Acesso em: 24 jul. 2012 (adaptado).

As bulas de remédio têm caráter instrucional e complementam as orientações médicas. No contexto de mudanças apresentado, a principal característica que marca sua nova linguagem é o(a)


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  Ao acompanharmos a história do telefone, verificamos que esse meio está se mostrando capaz de reunir em seu conteúdo uma quantidade cada vez maior de outros meios — envio de e-mails, recebimento de notícias, música através de rádio e mensagens de texto. Esta última função vem servindo como suporte para uma nova forma de sociabilidade, o fenômeno do flash mob — mobilizações relâmpago, que têm como característica principal realizar uma encenação em algum ponto da cidade.

PAMPANELLI, G. A. A evolução do telefone e uma nova forma de sociabilidade: o flash mob. Disponível em: www.razonypalabra.org.mx. Acesso em: 1 jun. 2015 (adaptado).

De acordo com o texto, a evolução das tecnologias de comunicação repercute na vida social, revelando que


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Lisboa: aventuras


  tomei um expresso

       cheguei de foguete

  subi num bonde

      desci de um elétrico

  pedi um cafezinho

      serviram-me uma bica

  quis comprar meias

      só vendiam peúgas

  fui dar a descarga

      disparei um autoclisma

   gritei "ó cara!"

      responderam.me «ó pá»

  positivamente

      as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá.

PAES, J. P. A poesia está morta mas juro que não fui eu. São Paulo: Duas Cidades, 1988.

No texto, a diversidade linguística é apresentada pela ótica de um observador que entra em contato com uma comunidade linguística diferente da sua. Esse observador é um


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  A mulher entra no quarto do filho decidida a ter uma conversa séria. De novo, as respostas dele à interpretação do texto na prova sugerem uma grande dificuldade de ler. Dispersão pode ser uma resposta para parte do problema. A extensão do texto pode ser outra, mas nesta ela não vai tocar porque também é professora e não vai lhe dar desculpas para ir mal na escola. Preguiça de ler parece outra forma de lidar com a extensão do texto. Ele está, de novo, no computador, jogando.

  Levanta os olhos com aquele ar de quem pode jogar e conversar ao mesmo tempo. A mãe lhe pede que interrompa o jogo e ele pede à mãe "só um instante para salvar".

  Curiosa, ela olha para a tela e espanta.se com o jogo em japonês. Pergunta.lhe como consegue entender o texto para jogar. Ele lhe fala de alguma coisa parecida com uma "lógica de jogo" e sobre algumas tentativas com os ícones. Diz ainda que conhece a base da história e que, assim, mesmo em japonês, tudo faz sentido.

  Aquela conversa acabou sendo adiada. A mãe.professora, capturada por outros sentidos de leitura, não se sentia pronta naquele momento. Consciente, suspende a ação.

BARRETO, R. G. Formação de professores, tecnologias e linguagens: mapeando velhos e novos (des)encontros. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).

A reação da mãe-professora frente às habilidades da "geração digital" contemporânea reflete o desafio que se tem enfrentado de


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

FANG, C. Miopia. Disponível em: http://news.psu.edu. Acesso em: 18 abr. 2015.

O cartum Miopia, de Chen Fang, foi apresentado em 2011 na quarta mostra Ecocartoon, que teve como tema a educação ambiental. Seu título e os elementos visuais fazem referência ao exame oftalmológico e a um tipo específico de dificuldade visual.

Com o uso metafórico da miopia e a exploração de características da imagem, o cartum


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  No Brasil, milhares de crianças e adolescentes trabalham em casas de família. Isso não é legal. O trabalho infantil doméstico encurta a infância, prejudica a autoestima e provoca grande defasagem escolar. Desenvolvemos diversos programas sociais que protegem e dão dignidade a crianças e jovens, como o PETI, PROJOVEM URBANO, PROJOVEM ADOLESCENTE E PROJOVEM TRABALHADOR, entre outros.

Disponível em: http://servicos.prt16.mpt.mp.br. Acesso em: 15 jul. 2015 (adaptado).

A peça publicitária, em pauta, busca promover uma conscientização social. Pela análise dos procedimentos argumentativos utilizados pelo autor, o texto


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  Um cachorro cor de carvão dorme no azul etéreo de uma rede de pesca enrolada sobre a grama da Praça Vinte e Um de Abril. O sol bate na frente nos degraus cinzentos da escadaria que sobe a encosta do morro até a Igreja da Matriz. A ladeira de paralelepípedos curta e íngreme ao lado da igreja passa por um galpão de barcos e por uma casa de madeira pré.moldada. Acena para a velhinha marrom que toma sol na varanda sentada numa cadeira de praia colorida. O vento nordeste salgado tumultua as árvores e as ondas. Nuvens esparramadas avançam em formação do mar para o continente como um exército em transe. A ladeira faz uma curva à esquerda passando em frente a um predinho do século dezoito com paredes brancas descascadas e janelas recém.pintadas de azul.cobalto.

GALERA, D. Barba ensopada de sangue. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.

A descrição, subjetiva ou objetiva, permite ao leitor visualizar o cenário onde uma ação se desenvolve e os personagens que dela participam. O fragmento do romance caracteriza.se como uma descrição subjetiva porque


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

ANDRADE, R. Disponível em: www.jornalcidade.com.br. Acesso em: 7 out. 2015 (adaptado).

A charge aborda uma situação do cotidiano de algumas famílias. Nesse sentido, ela tem o objetivo comunicativo de


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  A palavra e a imagem têm o poder de criar e destruir, de prometer e negar. A publicidade se vale deste recurso linguístico-imagético como seu principal instrumento. Vende a ficção como o real, o normal como algo fantástico; transforma um carro em um símbolo de prestígio social, uma cerveja em uma loira bonita, e um cidadão comum num astro ou estrela, bastando tão somente utilizar o produto ou serviço divulgado.

  Assim, fazer o banal tornar-se o ideal é tarefa ordinária da linguagem publicitária.

ALMEIDA, W. M. A linguagem publicitária e o estrangeirismo. Língua Portuguesa, n. 35, jan. 2012.

Alguns elementos linguísticos estabelecem relações entre as diferentes partes do texto. Nesse texto, o vocábulo “Assim” (2° parágrafo. 9) tem a função de


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Um menino aprende a ler

  Minha mãe sentava.se a coser e retinha-me de livro na mão, ao lado dela, ao pé da máquina de costura. O livro tinha numa página a figura de um bicho carcunda ao lado da qual, em letras graúdas, destacava-se esta palavra: ESTÔMAGO. Depois de soletrar "es-to-ma-go", pronunciei "estomágo". Eu havia pronunciado bem as duas primeiras palavras que li, camelo e dromedário. Mas estômago, pronunciei estomágo. Minha mãe, bonita como só pode ser mãe jovem para filho pequeno, o rosto alvíssimo, os cabelos enrolados no pescoço, parou a costura e me fitou de fazer medo: "Gilberto!". Estremeci. "Estomágo? Leia de novo, soletre". Soletrei, repeti: "Estomágo". Foi o diabo.

  Jamais tinha ouvido, ao que me lembrasse então, a palavra estômago. A cozinheira, o estribeiro, os criados, Bernarda, diziam "estambo". ³Estou com uma dor na boca do estambo...", "Meu estambo está tinindo...". Meus pais teriam pronunciado direito na minha presença, mas eu não me lembrava. E criança, como o povo, sempre que pode repele proparoxítono.

AMADO, G. História da minha infância. Rio de Janeiro: José Olympio, 1958.

No trecho, em que o narrador relembra um episódio de sua infância, revela.se a possibilidade de a língua se realizar de formas diferentes. Com base no texto, a passagem em que se constata uma marca de variedade linguística pouco prestigiada é:


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

  Naquele tempo eu morava no Calango-Frito e não acreditava em feiticeiros.

  E o contrassenso mais avultava, porque, já então, — e excluída quanta coisa-e-sousa de nós todos lá, e outras cismas corriqueiras tais: sal derramado; padre viajando com a gente no trem; não falar em raio: quando muito, e se o tempo está bom, "faísca"; nem dizer lepra; só o "mal"; passo de entrada com o pé esquerdo; ave do pescoço pelado; risada renga de suindara; cachorro, bode e galo, pretos; [...] — porque, já então, como ia dizendo, eu poderia confessar, num recenseio aproximado: doze tabus de não uso próprio; oito regrinhas ortodoxas preventivas; vinte péssimos presságios; dezesseis casos de batida obrigatória na madeira; dez outros exigindo a figa digital napolitana, mas da legítima, ocultando bem a cabeça do polegar; e cinco ou seis indicações de ritual mais complicado; total: setenta e dois — noves fora, nada.

ROSA, J. G. São Marcos. Sagarana. Rio de Janeiro: José Olympio, 1967 (adaptado).

João Guimarães Rosa, nesse fragmento de conto, resgata a cultura popular ao registrar


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Escrever

A estudante perguntou como era essa coisa de escrever. Eu fiz o gênero fofo. Moleza, disse.

  Primeiro evite esses coloquialismos de "fofo" e "moleza", passe longe das gírias ainda não dicionarizadas e de tudo mais que soe mais falado do que escrito. Isto aqui não é rádio FM. De vez em quando, aplique uma gíria como se fosse um piparote de leve no cangote do texto, mas, em geral, evite. Fuja dessas rimas bobinhas, desses motes sonoros. O leitor pode se achar diante de um rapper frustrado e dar cambalhotas. Mas, atenção, se soar muito estranho, reescreva.

  Quando quiser aplicar um "mas", tome fôlego, ligue para o 0800 do Instituto Fernando Pessoa, peça autorização ao sábio de plantão, e, por favor, volte atrás. É um cacoete facilitador. Dele deve ter vindo a expressão "cheio de mas-mas", ou seja, uma pessoa cheia de "não é bem assim", uma chata que usa o truque para afirmar e depois, como se fosse estilo, obtemperar.

SANTOS, J. F. O Globo, 10 jan. 2011 (adaptado).

A língua varia em função de diferentes fatores. Um deles é a situação em que se dá a comunicação. Na crônica, ao ser interrogado sobre a arte de escrever, o autor utiliza, em meio à linguagem escrita padrão, condizente com o contexto,


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

O passado na tela do computador

  Um dos desafios do novo Museu da Imigração é se contrapor à imagem deixada pela exibição do acervo permanente na época do Memorial do Imigrante, muito criticada por dar ênfase demasiada aos imigrantes estrangeiros e pouca atenção aos brasileiros. Era uma representação desproporcional em relação aos números: dos 3,5 milhões de pessoas que passaram pela hospedaria de imigrantes de São Paulo, aproximadamente 1,9 milhão eram estrangeiras (de 75 nacionalidades e etnias) e 1,6 milhão eram brasileiras, oriundas, principalmente, dos estados nordestinos.

HEBMÜLLER, P. Problemas brasileiros, n. 414, nov..dez. 2012 (adaptado).

O autor do texto sobre a digitalização do acervo do novo Museu da Imigração apresenta a ênfase no imigrante estrangeiro como um problema de representação equivocada da imigração em São Paulo. Para tanto, fundamenta seu ponto de vista no(a)


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(ENEM 2016 - 3ª Aplicação).

Argumento

  Tá legal

  Eu aceito o argumento

  Mas não me altere o samba tanto assim

  Olha que a rapaziada está sentindo a falta

  De um cavaco, de um pandeiro e de um tamborim

  Sem preconceito

  Ou mania de passado

  Sem querer ficar do lado

  De quem não quer navegar

  Faça como o velho marinheiro

  Que durante o nevoeiro

  Leva o barco devagar.

PAULINHO DA VIOLA. Disponível em: www.paulinhodaviola.com.br. Acesso em: 6 dez. 2012.

Na letra da canção, percebe-se uma interlocução. A posição do emissor é conciliatória entre as tradições do samba e os movimentos inovadores desse ritmo.

A estratégia argumentativa de concessão, nesse cenário, é marcada no trecho





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